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segunda-feira, 16 de maio de 2011

ANÁLISE FUNCIONAL DA OBRA VIDAS SECAS


ANÁLISE FUNCIONAL DA OBRA VIDAS SECAS

JULIANNA TÉRCIA DE SOUSA FEIJÃO

DANILO CARVALHO DE SÁ

LOUISE UCHÔA TORRES


É Comum falar de família, clã, nação, raça e de outros grupos como se fossem indivíduos. Conceitos como o pensamento do grupo, o instinto do rebanho, e caráter nacional foram inventados para apoiar este procedimento. Entretanto é o indivíduo que se comporta. O problema apresentado pelo grupo maior é explicar porque os indivíduos se comportam juntos.”

(Skinner,1953/2000, p.340).

INTRODUÇÃO

A relevância da produção de um ensaio temático da obra vidas secas, não está somente porque o mesmo aborda a temática do fenômeno da seca. Mas sim porque através das caracterizações literárias feitas por Graciliano Ramos a seus personagens e ambientes, proporcionam a percepção de uma seca muito maior que a existente como fenômeno ambiental e geográfico.

Propõem uma seca de vida, de dignidade, identidade, linguagem, afetividade, uma seca cultural e existencial perante a sociedade. A obra Vidas Secas nos permite compreender alguns aspectos acerca da formação de grupos, famílias, autoritarismo, e instituições que regem o cotidiano dos indivíduos, contingenciando seus comportamentos. Dentre estas instituições destaca-se a família e suas composições que segundo Hellpach (Dicionário Dorsh/2001, p.381) nela operam dependências relativas à matéria, ao tempo, e ao espaço. Trata-se, portanto, de um fato natural, um organismo social, uma organização social.

È nítido na obra de Graciliano, a influência, a reciprocidade entre a instituição família e outros setores sociais como: Igreja, Estado, Constituições, Códigos de Lei, Políticas Públicas, as quais compõem as metacontingências cerimoniais e tecnológicas que interferem constantemente no comportamento dos organismos individuais e sociais. Pretende-se neste ensaio temático estabelecer uma análise funcional da obra, mostrando os antecedentes que contingenciaram a família de retirantes a executar o mesmo padrão de comportamento; como também observar o comportamento manifesto (ser retirante e manifestar apatia); e as conseqüências individuais e coletivas obtidas através do padrão comportamental da família.

Será utilizado também para a análise do livro de outra unidade funcional que verifica as relações entre classes de operantes emitidas em grupos; trata-se da metacontingência que irá demonstrar o quanto esta família retirante apóia-se em comportamentos cerimoniais que não ensejam a variabilidade comportamental, mas sim apenas a manutenção dos comportamentos manifestos. A análise funcional é percebida no livro através de alguns fatores como: Contingência Ambiental, Privação, Linguagem, Cultura, Personificação da cachorra Baleia considerada pelo autor como integrante da família, todas as circunstâncias mostradas na obra e analisadas em um viés analítico comportamental é que este ensaio elenca algumas hipóteses para a prática comportamental familiar descrita por Graciliano em Vidas Secas.

Na obra Vidas Secas observa-se uma estrutura familiar rudimentar, perpetuada de geração em geração dentro de um contexto miserável, no qual os retirantes vivem no limite da sobrevivência somado a falta de repertório comportamental dos mesmos.

Os pais e os filhos citados em Vidas Secas foram modelados pelo ambiente hostil e emitem comportamentos mínimos de fala, comunicando-se a maioria das vezes de forma gutural. O ambiente da caatinga descrito por Graciliano Ramos privou a família de Fabiano de aprender, como também de entrar em contato com estratégias básicas de educação familiar, principalmente em relação aos filhos; os privando de adquirir habilidades sociais como demonstra Del-Prette em seu livro: psicologia das relações interpessoais, no qual afirma existir três estratégias básicas para a educação dos filhos; sendo: 1) através das conseqüências do comportamento; 2) através do comportamento governado por regras; 3) modelação.

Mas a modelação em Vidas Secas é feita pelo ambiente, tanto os pais como os filhos aprendem comportamentos de sobrevivência e regridem a uma época primitiva de suprimento das necessidades primárias, ou seja, comidas, água, seriam mais reforçadores que a própria afetividade. Devido a educação punitiva imposta ambientalmente a esta família, os hábitos de seus constituintes eram simples,curtos, mínimos, delimitando-se a busca de um melhor ambiente; a aquisição de alimento; obtenção de água; diminuição do gasto de energia, principalmente da fala; aumento da comunicação gutural e da agressividade.

A execução destes comportamentos deve-se a antecedentes acentuados nas práticas culturais e ontogenia , logo a cultura do sertão tem uma estreita relação com a chuva. O chover é extremamente significativo para os habitantes do sertão, pois diminui contingências punitivas como: escassez de água, alimento e a elevação de altas temperaturas, estímulos aversivos para indivíduos com aspirações, que almejam modificar o cenário da seca. Em detrimento a estes contingentes inúmeras famílias tornam-se retirantes, ou seja, procuram um lugar seguro que lhes permita extrair seu sustento, uma terra produtiva.

De acordo com o estudo de práticas culturais pela análise experimental do comportamento, um ambiente social tem sua dinâmica constituída de dois tipos de metacontingência: as cerimoniais e as tecnológicas. Na primeira tipologia temos como instituições: a igreja, o estado, a família que constroem, mantém e avalia os comportamentos sociais; mas que não geram modificações adaptações dos comportamentos frente às relações existentes destes indivíduos com o meio social. A segunda tipologia refere-se as metacontingências tecnológicas : leis, códigos, constituições, as quais são passíveis de experimentação, causando adaptabilidade frente ao ambiente tornando os comportamentos aprendidos passíveis de generalização e variabilidade.

Esta variabilidade comportamental aliada a contingentes filogenéticos, ontogenéticos, culturais controlam as manifestações comportamentais individuais e coletivas em um meio social. É justamente neste ponto que ocorre as maiores privações da família de retirantes da obra vidas secas, pois a mesma possui inúmeras contingências , ainda que punitivas, mas possuem. O que a família em questão não tem é um repertório comportamental vasto diante das circunstâncias da seca, maximizando assim a manifestação de comportamentos primitivos relativos a sobrevivência.

Outro fator observado na análise do livro trata-se do desamparo individual e coletivo aprendido pela família. Com a comunicação cada vez mais escassa, os comportamentos verbais diminuíam. Para que haja um comportamento verbal se faz necessário que organismos gerem estímulos que afetem outros organismos, instituindo assim uma comunidade verbal. A linguagem demonstrada em Vidas Secas só reforça a idéia de o quanto o operante verbal é aprendido, assim como qualquer outro comportamento, pois ele também é definido funcionalmente e, portanto, está sujeito a controle de estímulos.

Dessa maneira o comportamento verbal é fundamental para a ligação entre contingências e metacontingências, logo formam regras que preenchem o vácuo entre o comportamento manifesto e a conseqüência a longo prazo; além de contribuir o reforçamento social ao fornecer conseqüências que promovem a manutenção do comportamento governado por regras até o instante em que haja a distinção das conseqüências a longo prazo. Alguns fatores devem ser levados em consideração na análise da obra como:

PRIVAÇÃO:

A vida de sertanejo é constantemente atingida pela ausência e escassez de uma ampla variedade de estímulos tais como: água, comida, saúde, suporte jurídico, educação, afeto, insegurança (moradia), variabilidade climática e etc. O dicionário Dorsch conceitua privação como sendo:

“subtração ou retenção de objetos ou estímulos de satisfação. Considera-se sobretudo, a privação como “privação social” ou “isolamento social”. Para esclarecer a importância investiga-se como experimentos de privação (especialmente em animais) os efeitos da fome e sede (como p. ex. experimentos de aprendizagem), a retirada do sono, o efeito do isolamento social duradouro, como p. ex. em crianças órfãs hospitalizadas ou em situações especiais de trabalho, a escassez de estímulos em diversas fazer do desenvolvimento”

“o menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão”

“mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, e fechou os olhos”

“... frio como um defunto” pgs. 09 – 10

Verifica-se que após tanto tempo caminhando embaixo do sol forte, privação de água, comida, e quase sem perspectivas de mudanças ou o findar das buscas por um lugar que a família pudesse se acomodar, o menino mais velho começa então a fraquejar. Fabiano como é um homem bruto, segundo suas próprias palavras “um bicho”, não tem trato com a família, não consegue perceber as diferenças de que cada pessoa reage de maneira distinta ao mesmo estimulo principalmente em seus filhos.

Skinner fala sobre a privação da seguinte maneira:

“Quando um organismo for provado da oportunidade de beber será importante obviamente que o beber tenha uma maior probabilidade de ocorrer na primeira oportunidade oferecida ao animal. No sentido evolucionário isto “explica” porque a privação de água aumenta a freqüência de ocorrência de todos os comportamentos condicionados e incondicionados relacionados a ingestão de água” pg. 155 – 156 ciência e comportamento humano.

A condição de retirantes nordestinos está também relacionada a vida nômade de povos antigos que buscavam (exploravam) sempre a mudança de ambiente quando as condições não os eram favoráveis. Quando Skinner discorre sobre a privação de sujeitos infra-humanos, devemos nos ater que os mesmos possuem um repertório comportamental bem mais amplo e que seus reforçadores primários alem dos anteriormente citados incluem ainda o afeto, a segurança, o equilíbrio do ciclo circadiano (o sono) e etc. A exemplo da segurança um trecho do inicio do romance ratifica tal conceituação:

“num cotovelo do caminho avistou um canto de areia, encheu-o a esperança de achar comida, sentiu um desejo de cantar”

“... estavam no pátio de uma fazenda sem vida... os moradores tinham fugido” pg. 12.

Portanto, a condição de provação daquela família de retirantes os angustiava, os frustrava em demasia. Isso os fez sair de um local não mais favorável e explorar um novo ambiente. O homem busca sempre a preservação da espécie e para isso muda-se o ambiente, ou seja o comportamento que produz conseqüências (modificações no ambiente) e é afetado por elas chamamos de comportamento operante. Conhecer o clima daquele ambiente hostil e responder de maneira a explorar e aprender novas habilidades para sobrevivência da seca é um operante.


Contingências ambientais: uma análise funcional

A descrição de um ambiente físico de um determinado local possibilita a visualização de como organismos se comportam e interagem diante dos estímulos. Portando, as variáveis ambientais que se pode observar no romance são: clima seco, com altas temperaturas, escassez de chuvas, vegetação composta por arbustos, caracterizando a caatinga, rios não perenes. As casas de pau-a-pique, animais típicos do sertão nordestino ais como: caprinos, bovinos, aves de rapina, principalmente comensais como urubus e mamíferos de pequeno porte como preás. A ocupação dos trabalhadores eram em sua maioria vaqueiros, lavradores de subsistência, ou seja, apenas em tempos chuvosos e para manutenção do pequeno grupo. Uma cultura baseada nos valores do coronelismo, onde autoridades ditavam regras, um forte apego na religião católica e economia de lavoura e comercio ainda em sistema de escambo.

“A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.”

...”pisavam a margem do rio, a lama seca e rachada que escaldava os pés.” Pág 9-10

A família de Fabiano e Sinhá Vitória, a fome, sede, a seca, todo um processo de privação (tanto de reforços primários, quanto de identidade, cidadania, direitos) caracterizam-se como estímulos antecedentes de um ambiente hostil. Segundo Catania,

“Um estímulo antecedente é simplesmente algo que vem antes de uma conseqüência, simplesmente o que é causado por um evento ou o que acontece como resultado dele...o termo estímulo é freqüentemente restrito aos eventos físicos específicos, tais como luzes, som toques. Mas os organismos podem responder a características variadas do ambiente, incluindo as relações (p. ex. à esquerda de, acima de), o comportamento complexo (p. ex. expressões faciais, tons de voz), as propriedades funcionais (p. ex. comestível, confortável) e assim por diante.” Pág 28-29

O significado de operante em Vidas Secas

Possuímos algumas variáveis dos qual nosso comportamento é função, variáveis filogenéticas, variáveis ontogenéticas e variáveis culturais.

“Seleção filogenética, a evolução, ao longo do tempo biológico, de populações de organismo e suas característica, tais como o comportamento; seleção ontogenéticas, a modelagem do comportamento por suas conseqüências durante a vida de um organismo individual; seleção cultural, a sobrevivência de padrões de comportamentos à medida que são passados de um individuo para outro. Esses tipos de seleção dependem de comportamentos que mudam tanto durante a ontogenia quanto durante a filogenia.” Catania, A. Charles, pág 57

Como mencionado anteriormente, comportamentos inerentes à todas as espécies tais como a obtenção de reforçadores primários e exploração do ambiente, faz com que consigamos modificar tanto nosso comportamento como o meio pelo qual estamos inseridos. Estes comportamentos são ditos como filogenéticos. Os comportamentos ontogenéticos são específicos a cada organismo, ou seja, parte do repertório que já possuo e conforme minha historia de vida. Além do mais estamos inseridos num sistema que é bem maior, com suas regras, sejam elas políticas, educacionais ou religiosas, seremos de alguma maneira afetados por elas e responderemos ou não a estas regras conforme nosso histórico de reforçamento.

A seca possui um contingente de estímulos e os mesmos fazem com que a família de retirantes responda de maneira a melhor adequar-se a ela.

“Fabiano tomou a cuia, desceu a ladeira, encaminhou-se ao rio seco, achou no bebedouro dos animais um pouco de lama. Cavou a areia com a unhas, esperou que a água marejasse, e debruçando-se sobre o chão, bebeu muito.” Pág 14

“O comportamento que pode ser modificado por suas conseqüências chamamos de comportamento operante” (Catania, A.Charles pg. 129).

Portanto o comportamento de explorar um novo ambiente e encontrar um rio “seco” e daí obter água para sobrevivência da sua família passa a ser um operante.

Estímulos antecedentes correspondem a alterações em condições ambientais

“Em condições sociais de escassez, de privação e de falta de perspectivas, as possibilidades de amar, de construir e de respeitar o outro ficam bastante ameaçadas. Na medida em que a vida a qual está submetido não o trata enquanto homem, suas respostas tendem a rudeza da sua mera defesa da sobrevivência.

As milhares de famílias sem terra, sem casa, sem trabalho, sem alimento, enfrentam situações diárias que ameaçam não só seus corpos – território último do despossuído – mas simultaneamente seus vínculos e subjetividades. Este estado de privação de direitos ameaça a todos, na medida em que produz desumanização generalizada.” Kaloustin, S.M, pág 55

Tal estado de privação faz com que o individuo comece a responder alguns estímulos de maneira a modificar (manter) o ambiente, respostas em relação a privação pode-se citar a exploração do próprio ambiente em busca de suprir as necessidades iminentemente básicas do ser humano, tal como a obtenção de água e a procura de alimentos. Uma resposta é sempre uma ação do organismo em função do ambiente.

Diante de um ambiente tão hostil, o foco da família passa a ser a sobrevivência, não mais aspectos outrem que por hora deixaria a família vulnerável a toda aquela violência ao qual estão submetidos desde sempre.

A seca, a falta de alimentos, a escassez de água, o descaso de uma sociedade desigual, o não acesso aos meios culturais, de lazer e de cidadania ao qual temos direito são formas de violência que vão aos poucos fazendo com que Fabiano se convença cada dia de sua condição “bicho” para dar conta de enfrentar essa realidade.

“Deu-se aquilo porque Sinhá Vitória não conversou um instante com o menino mais velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de Sinhá Terta, pediu informações. Sinhá Vitória, distraída aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e como o filho exigisse uma explicação encolheu os ombros. O menino foi até a sala interrogar o pai, encontrou-o sentado no chão... ”

“... riscou em seguida a forma do calçado e bateu palmas:

-- Arreda.” Pág 54

Outra resposta emitida pelos antecedentes ambientais é desonestidade dos comerciantes que frente a mínima oportunidade buscam vantagens, pois a dificuldade de manutenção de um ciclo estável comercial é constante.

“Fabiano tinha ido a feira da cidade comprar mantimentos. Precisava sal, farinha, feijão e rapaduras. Sinhá Vitória pedira além disso uma garrafa de querosene e um corte de chita, mas o querosene do Seu Inácio estava misturado com água e a chita da amostra era cara demais.”

“... A tarde puxou o dinheiro, meio tentado, e logo se arrependeu, certo de que todos os caixeiros furtavam no preço e na medida...” pág 26

Tanto o ambiente domestico como o social não possuem variabilidade de estímulos que eliciem um repertorio amplo de respostas que possibilitem uma posterior seleção comportamental a fim de alterar o ambiente.

Portanto, a família de Fabiano apresenta dentro desses ambientes apenas respondentes de eventos como, desonestidade dos comerciantes, o coronelismo, agindo sempre de forma submissa.

Dentro dos conseqüentes apresentados por essas respostas estão a submissão, a ignorância e a fuga que confirma-se quando a família age afim de evitar que continuem a sofrer.

Esquemas de reforçamento intermitentes

A vida no sertão nordestino é em suma marcada por esquemas intermitentes de reforços em todos os aspectos. As pessoas por mais que trabalhem e tentem, não conseguem obter respostas imediatas, tal como em épocas de plantio; eles preparam e semeiam a terra, mas ainda assim depende do fator chuva pra obterem resultados. Ou seja, por mais que emitam uma quantidade X de comportamentos, eliciado o primeiro estimulo (uma alteração no ambiente que é de plantar) deverão esperar um numero X de tempo decorrido do estimulo antecedente para que so então surja as primeiros brotos. Esse processo é chamado de reforço de intervalo variável.

Percebe –se que no decorrer de toda a obra de vidas secas esse processo do sertanejo, não só no que diz respeito a sua dependência climática, mas nas suas relações familiares e sociais qu a estrutura dessa relações são reforçadas por esses esquemas intermitentes.

“Grande parte do comportamento, entretanto, é reforçado apenas intermitentemente. Uma determinada conseqüência pode depender de uma serie de eventos não facilmente previsíveis (...) como se deveria esperar, o comportamento reforçado apenas intermitentemente muitas vezes mostra uma freqüência de ocorrência imediata, mas os estudos de vários esquemas em laboratórios revelaram complexidades surpreendentes. Em geral este comportamento é marcadamente estável e mostra grande resistência à extinção. ”(SKINNER, B.F, pág. 110).

Esta resistência e sobrevivência ao ambiente hostil ratificam o que Skinner defende sobre reforços intermitentes dos quais há uma dificuldade de extinção, pois o sertanejo sempre vai buscar incessantemente responder a todo e qualquer estimulo relacionado à conseqüência, que pode ser: a procura por alimento, boa colheita, água, manter relações, mesmo que as mesmas lhes sejam um tanto aversivas (a exemplo dos comerciantes e autoridades locais) e a segurança de uma moradia mesmo que a mesma não seja a sua. Todas as respostas estão relacionadas à obtenção de reforços primários, que são de sobrevivência da espécie.

Considerações finais

Diante de toda analise comportamental da obra vidas secas, ficou nítido os antecedentes que induziram aqueles personagens a emitirem comportamentos primários descritos na obra, como:a falta de identidade dos filhos do casal, a desumanizarão generalizada colocando a cadela baleia no mesmo patamar de igualdade dos demais membros da família; excesso de comunicação gutural aprendida através de conhecimentos tácitos; a não demonstração de afetividade em detrimento a valorização de comportamentos relativos à sobrevivência.

Dessa maneira, confirma-se o parte teórico utilizado (analise experimental do comportamento), por levar em consideração três contingentes principais de reforçamento : o filogenético, o ontogenético e o cultural que controlam os estímulos que permeiam o cotidiano dos indivíduos e organizações sociais . a família em vidas secas repassava cerimonialmente seus comportamentos para construir e manter suas praticas culturais, em vez que os contingentes eram muito punitivos e os privavam de produzir metacontingencias tecnológicas que primassem pela variabilidade comportamental destes indivíduos.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CATANIA,A. charles, APRENDIZAGEM : COMPORTAMENTO, LINGUAGEM E COGNIÇAO, 4ª Ed, Editora Artmed, Porto Alegre- RS, 1999 .

DEL PRETTE, A & DEL PRETTE. Z.A.P, PSICOLOGIA DAS RELAÇOES INTERPESSOAIS – VIVENCIAS PARA O TRABALHO EM GRUPO. 2

ª Ed. Editora vozes, Petrópolis, RJ, 2002.

DORSCH, Friederich. HÄCKER, Hartmut & STAPF, Kurt-Hermann, DICIONARIO DE PSICOLOGIA, 2ª Ed. Editora vozes, Petrópolis- RJ, 2006.

KALOUSTIN, S.M, (org) FAMILIA BRASILEIRA – A BASE DE TUDO, Editora UNICEF e CORTEZ, São Paulo- SP, 1998.

SKINNER, B.F,CIENCIA E COMPORTAMENTO HUMANO, 11ª Ed. Editora Martins fontes, São Paulo – SP. 2003.

TODOROV, João Cláudio, et al. METACONTINGENCIAS : COMPORTAMENTO CULTURA E SOCIEDADE. Org. J.C. TODOROV, R.C.Martone, M.B.MORE IRA.1ª Ed. Editora ESETEC, Santo André – SP. 2005.

ensaio apresentado em 2006 disciplina psicologia e familia

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